Há quanto tempo se fala em animação e já não mais se precisa associá-la com crianças? Muito tempo, desde "Final Fantasy"...
Pois é... Hoje em dia animação não quer dizer que seja um longa - ou curta - voltado única e exclusivamente para o público infantil. Hoje em dia filmes de animação alcançaram patamares que vão além do horizonte. O brilhante "Toy Story 3" é o maior exemplo disso. Um longa-metragem lindíssimo, desde seu roteiro até a ida aos cinemas. O 3D não funciona bem, mas o que é esse defeito frente a tantas qualidades?
E, agora, aqui do trabalho, vi um curta chamado "Os Anjos do Centro da Praça", onde três anjos, após uma luta contra demônios, despencam no centro de uma praça numa vila em algum lugar do mundo. A narrativa é arrebatadora. Arrisco dizer que segue a mesma linha de "Wall-E", onde os diálogos são dispensáveis graças a qualidade visual, fotográfica e de direção do filme.
O filme nos mostra como os humanos são totalmente frágeis. Parecemos fortes e poderosos, mas basta algo desconhecido acontecer, algo despencar no nosso planeta, para nos sentirmos acuados e aderirmos um comportamento tosco. Com medo dos anjos, humanos montam uma jaula no lugar onde despencaram, entregando-lhes comida, no entanto, mantendo-os presos como criminosos sem sequer conhecê-los - esquecendo que os anjos estão num ambiente totalmente desconhecidos, por tanto, acuados e amedrontados.
Quantas vezes não andamos nas ruas, observamos aqueles pobres coitados que ficam pedindo dinheiro, e os ignoramos. Ou quantas vezes estamos no trânsito e vemos crianças pedindo dinheiro, então, para não encará-las, fechamos as janelas do carro. São atitudes de auto-preservação, temos medo do que pode vir deles por morarem nas ruas, medo das doenças que eles possam trazer ou das atitudes que venham a ter. E o longa fala exatamente sobre isso, e sobre como devemos começar a melhorar isso...
Enfim... Não vou ficar falando muito, assistam e tirem suas próprias conclusões. Mas vale ressaltar a qualidade técnica; o visual do filme é lindo, a animação é convincente, os bonecos tem expressões e a narrativa independe de diálogos, por isso comparei-o a "Wall-E".
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