segunda-feira, 7 de março de 2011

CINEMA: Bruna Surfistinha - Se não morrer, fica esperto!


Acabei de sair do cinema, não tem como não falar na hora! Que filme! Como é bom se surpreender...

Quando entrei na sala do cinema - por sinal, lotada! -, já entrei com o dito preconceito. "Mais uma cinebiografia de uma celebridade instantânea!", pensei eu... Que pensamento grotesco...

Bruna Surfistinha é um longa primoroso! Achei que seria apenas um filme de sexo, putaria, drogas e palavrões, mas mostra-se mais profundo que isso. Bem mais!

Adotada e não muito bem tratada pelos pais, Raquel decide sair de casa e ir para uma Casa de Massagem, onde descobre que pode ganhar dinheiro fazendo sexo. Mas ela descobre bem mais que isso, descobre que através da dita profissão pode conhecer mais sobre o ser humano. Nota que muitos dos caras que pagam por sexo querem mais ser tratados como acham que merecem do que ter o próprio sexo.

Drica Morais, novamente, dá um show de interpretação. Fazendo a cafetina da Casa, até a metade do filme é ela quem toca a ordem no recinto, até, claro, Bruna e Gabriela se mandarem. Logo, Bruna descobre que "Bruna Surfistinha" é uma celebridade e cria seu dito blog, onde explora, ao máximo, o poder da internet. Escrevendo sobre seus clientes, lhes dá notas e posta comentários... Torna-se um fenômeno.

No entanto, como toda boa cinebiografia, Bruna acaba mergulhando em drogas, se valorizando demais... Até o momento que vai parar no dito vintão - quem já assistiu sabe do que estou falando. No entanto, o discurso que ela dá, em OFF, no final do filme, mostra que tudo pelo que ela passou acabou sendo-lhe de extrema valia; ela cresceu, evoluiu, aprendeu a se defender e pensar sozinha; Se não morrer, fica esperta! E ela ficou esperta...

Palmas para todos os envolvidos. O sexo no filme é mostrado, provocativo e audacioso, mas nunca gratuito, em nenhum momento sentimos que tal cena está ali só para mostrar o quão em forma Deborah Secco está, tudo que acontece na tela tem um motivo, uma razão, um por que, o que transforma o filme numa experiência até que agradável! Particularmente gostei, achei de extremo bom gosto. Obviamente alguns vão chutar o filme como se ele fosse um pedaço asqueroso de lixo ou coisa do tipo, mas, na boa, tudo que ela fez foi viver em cima de suas escolhas, escolhas das quais não se arrepende em nenhum momento. Cada um faz o que quer com o próprio corpo desde que não interfira na vida de outra pessoa, e ela seguiu esse caminho. Se deu muito mal, se deu muito bem, mas cresceu e aprendeu muita coisa.


Não vou entrar no mérito de discutir essas atitudes, essas escolhas, os caminhos pelos quais trilhou. Todos cometem erros, todos cometem acertos.

Se eu fosse dar uma nota ao filme, como um todo, daria 9. Pela coragem, bom gosto e ousadia em produzir um filme que tem tudo para ser taxado como pornografia barata, mas, quem se aventura nas duas horas de duração, descobre que é o extremo oposto.

Não é o melhor filme nacional, não supera o espetacular Tropa de Elite 2 e nem será o melhor filme do ano, mas vale o ingresso.

"Vá com os amigos, vá com a namorada. Só não vá com os preconceitos..."

Trailer

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