Eaí pessoal!
Nesta sexta-feira (08/Maio/2009) tive o prazer de encontrar "Edward - Mãos de Tesoura" nas prateleiras, um clássico da minha infância que leva Johnny Depp em seu primeiro papel mais ousado, e que até hoje me deixa intrigado com o tamanho da imaginação e grande genialidade de Tim Burton, que, mesmo com tanto tempo, conseguiu deixar o filme brilhante! Por isso digo, uma boa idéia é tudo.Depois de não conseguir vender seus cosméticos, Peg Boggs (Dianne Wiest) acaba decidindo vendê-los para os moradores de um castelo ao final da cidade na qual mora. Um castelo amedrontador e sinistro, que revela-se magnífico pelas obras primas esculpidas em arbustos e árvores. Ao entrar, temos a horrível sensação de claustrofobia, ambiente fechado, nebuloso e cinza. Logo somos apresentados ao protagonista com uma roupa de couro que, dada a história pode-se entender ser sua própria pele, e no lugar de seus dedos, lâminas de tesouras pontiagudas e bem afiadinhas. Logo é levado para a casa de Peg e introduzido numa realidade na qual jamais poderá se adaptar.
Tim Burton conseguiu passar uma mensagem maravilhosa e triste sobre como a sociedade, não importa quanto tempo passe, pode ser mesquinha, fútil e indelicada com uma figura tão diferente. Temos vários exemplos no filme, como quando Edward ajuda a fazer o churrasco, ou quando ele abre a casa do namorado de Kim Broggs (Winona Ryder) e é deixado lá, os policiais quase o matam por achar que as tesouras são uma arma. Agora, um fato curioso, no final, TODOS - com excessão de Pegg e sua família - vão para cima de Edward, apenas pelo fato dele ser diferente. Isso sem contar no início, quando Pegg leva Edward (Johnny Depp) para sua casa e todas as fúteis mulheres da vizinhança vão em busca de um reconhecimento apropriado do nosso protagonista.
Agora, o lado de Edward também precisa ser refletido. Afinal, ele saiu do seu local de nascença para se introduzir em um mundo no qual ele não tem espaço. Em coisas pequenas, como olhar pela janela e socar a cabeça, ou enfiar a lâmina num colchão de agua e furá-lo, deixando a agua espirrar - aliás, um erro do filme: logo em seguida ele DEITA na cama e nada acontece, logo depois chega Kim e ele, no susto, fura todo o colchão que já estava furado, logo, ele não poderia ter se deitado nele. Ele é muito humilde, ingênuo, bobinho, não sabe dos perigos, foi feito, 'construído', e passou sua vida sozinho, no entanto, vemos que seu criador, antes do leito de morte, lhe ensinara boas maneiras, afinal, podemos ver claramente que ele é EDUCADO - educado como muitos hoje em dia não conseguem ser - o suficiente para aguentar situações que eu não aguentaria.
Enfim! Numa atmosfera rude, nebulosa, cinza e ao mesmo tempo colorida, engraçada e leve, o filme corre de maneira incrível, e nos passa a melhor das mensagens: Nunca julgue pela aparência. Não é por que o cara não tem uma perna, ou um braço, ou os olhos, ou é careca, ou tem mãos de tesoura, que não merece respeito absoluto, é um ser humano como qualquer um. Claro, Edward não é um ser humano, mas tem sentimentos.E vocês, o que acham? Comentem, opinem!
Abraços! Obrigado pela atenção.
Aderson Souza.
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