sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

CINEMA: Sherlock Holmes - Um ponto de vista masculino.


Um bom filme, mas faltou um "tchan!"

Lord Blackwood (Mark Strong) é apanhado num ritual de magia negra, condenado a morte e de fato morto. Londres pode finalmente respirar aliviada. Todavia, o Lord ressuscita, para terror e pânico geral, com um plano maquiavélico, como todo bom vilão, claro. Ao mesmo tempo, Sherlock Holmes deve não apenas se preocupar em desvendar este mistério com ajuda de Dr. Watson, mas também precisa lidar com Irene Adler (Rachel McAdams), que aparece sem qualquer aviso prévio.

Observando por este ponto de vista, dá-se a entender que é um filme de ação quase ininterrupta, mas não é bem assim. A Warner Bros. vendeu o filme como um longa de ação, ao menos o trailer ela era ininterrupta. Mas, acho que o produto final se encaixa melhor na prateleira de Aventura Investigativa.

Não sei se você e/ou minha queridíssima amiga e agora parceira do blog tiveram esta sensação, de que a todo momento tem alguma coisa faltando em tela, um toque especial que inclusive vemos aos montes em “Homem de Ferro”, outro título que Robert Downey Jr estrela com desempenho excepcional. Pode ser que os longos 128 minutos de projeção tenham me cansado, principalmente pelo visual quase incolor frenético, ou pelo céu quase sempre nublado, não sei... A minha impressão é que esta versão em exibição nos cinemas pode até estar inacabada... Embora o filme seja bom, valha o ingresso e as horas perdidas na sala de projeção, falta alguma coisa... Um toque especial... Um tcham!

Robert Downey Jr se destaca mais uma vez, mas agora não trajando uma armadura inteligente, linda e poderosa – que inclusive tem pintura anti-mal-olhado -, e sim com trajes mais velhos, relativos, obviamente, a época em que o filme se passa. Suas saídas hilárias de cena, ou sua expressão vaga e intensa quando analisa os pontos mais importantes da cena do crime, ou até mesmo quando está apontando algo para Watson, ou irritando o parceiro de alguma forma. Aquelas conclusões explicativas de Holmes enquanto vemos o narrado em tela numa câmera lenta perfeitamente bem filmada, montada e usada de forma estupenda por James Herbert foram impressionantes, a riqueza de detalhes não apenas visuais e sonoros, me senti levando as pancadas planejadas.

Robert Downey Jr. em ótima forma como o maior detetive de todos
os tempos. ;D

Jude Law ao seu melhor estilo cômico, responsável, ao lado de Downey Jr., por boa parte das cenas hilárias do filme, que na questão dos diálogos poderia deixar os efeitos especiais e visuais de lado. Pode ser, sem dúvidas, sua melhor atuação, não digo isso com certeza pois ainda não assisti RepoMan, filme que ele também protagoniza.

Rachel McAdams até pode tentar encarnar a rival e o interesse amoroso de Holmes, mas em minha opinião não sairá de personagens como Allison "Allie" Hamilton do emocionante “Diário de Uma Paixão”, ou Lisa Reisert de “Vôo Noturno”, que também foram grandes filmes. Mas, embora não consiga sair destes personagens, ao mesmo tempo não deixa que suas cenas sejam perdidas, tem pouco tempo de tela, mas boa parte desse tempo é bacanuda, bem humorado ou tenso. MAS... Diário de Uma Paixão fala mais alto...

Ah... Os efeitos especiais... Efeitos que hoje em dia fazem muita diferença, vide 2012 ou Avatar... Imagina estes dois filmes sem a metade de efeitos que contaram? Seriam uma porcaria, principalmente Avatar, que tem seu diferencial em TELA, na IMAGEM.

E, obviamente, com Sherlock Holmes não poderia ser diferente. Muito embora eu tenha exibido certa insegurança para com estes efeitos assistindo os vídeos disponibilizados nos sites especializados em cinema na rede, hoje vi um show magnífico de efeitos cuidadosamente trabalhados. Desde recriações computadorizadas de antiga Londres ou até os créditos iniciais, onde o logo da Warner Bros. e demais parceiros é posto no chão, enquanto a câmera passa por eles, como um cinegrafista pegando aquela imagem por fora do projeto, câmera na mão, linguagem ousada e perigosa, mas que quando combina se torna excepcional – é tão perfeito que ainda estou com dificuldades para identificar se é geração em computador ou se as logo-marcas foram realmente moldadas no chão.

Uma coisa que também fez certa diferença, entre todos os filmes do ano passado e este, é a edição... James Herbert fez um trabalho magnífico com o material bruto. Uma montagem de dar inveja a muitos produtos finalizados por ai. Posso até dizer que a edição de “Sherlock Holmes” foi responsável por não me deixar mais irritado com o extenso tempo de duração do longa; edição ágil, eficaz.

Outro ponto extremamente importante em qualquer super produção americana é a trilha sonora original, Hanz Zimmer SEMPRE faz um trabalho excepcional, e desta vez não podia ser diferente, a trilha sonora acompanha o ritmo, hora lento, hora rápido, do filme, e nos entrega ao clímax final com chave de ouro! Só senti falta da música tema do trailer no filme...

Os envolvidos nesse longa aparentemente previram que o sucesso que uma continuação seria mais que bem vinda. Obviamente foi; o filme é agradável, embora não perfeito como devesse... O final com toda certeza do mundo deixou uma pela ponta solta para que “Sherlock Holmes 2” seja extremamente aguardado. Entretanto, saí do cinema sem vontade de conferir a continuação, as novas peripécias de Holmes e Watson. Embora muito bem feito, o filme é longo demais e pode tornar sua devida apreciação um tanto quanto irritante, um tremendo incomodo. MAS, acho que, pelo menos UMA VEZ, é válido gastar o dinheiro do combustível ou tarifa do ônibus, e o preço do ingresso – isso sem falar, se você for de carro, pagar o estacionamento, caso precise -, para assistir ao filme em tela grande e som absurdamente bem trabalhado numa edição excepcional.

Trailer em HD legendado

Trailer em Parceria com Kablam Trailers. Fotos do site Omelete.com.

Por Aderson M. de Souza - (011) 98476620

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