sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

CINEMA: Sherlock Homes - O ponto de vista Fenimino.


Apaixonante. Um novo Holmes!

Definitivamente um novo Sherlock, mais moderno, com problemas mais próximos dos nossos. Enfim, o herói agora parece mais real, mais palpável. Sem todo aquele incrível poder de dedução que parecia ser impossível alguém possuir. Sabe, quando Doyle desvendava o crime, mas você sabia que ele só fez Holmes ‘deduzir’ porque esse era o desfecho que ele criou? Pois bem, Guy Ritchie fez o quase impossível, tornou o herói, humano. Para alguns, isso vai ser o fim da picada, para outros um detalhe e para outros ainda será o detalhe, o diferencial.

O filme prometia desde o trailler e, em minha opinião, cumpriu com excelência seu papel. É um filme de aventura, com ação e mistério. Digno do maior detetive da literatura! Uma pena ele não citar em nenhuma parte do filme a sua celebre frase: Elementar, meu caro Watson!

Fotografia bem feita. E, ao contrario de meu amigo Aderson, acho que a paleta de cores foi muito bem escolhida. Ambientando a frieza, a monotonia, o medo que se instalava na época. Além de lembrar muito as cores de uma fábrica. Pensando que a época do filme tem tudo há ver com fábricas, máquinas, Era Industrial, é perfeito! Além do mais, no céu, nublado e cheio de fumaça ou nuvens escuras, paira um ar pesado de mistério, de magia.

A trilha sonora completa todo o resto. Hans Zimmer é um gênio. A cena da ponte, com a música te puxando para dentro dela, você sente vontade de levantar da cadeira, ou então de afundar mais de expectativa. E graças, não foi tão clichê! Não rolou aquela briguinha besta que sempre é esperada. E a fotografia nesta hora, fez sua parte! (ok, ok me empolguei...)

A edição ficou formidável. Imagino a quantidade de material que foi descartado, mas mesmo com 128 minutos tudo foi contado de forma brilhante, não faltaram nem sobraram cenas...Ficou na medida.

Acho que a atuação de Robert Downey Jr. é formidável. Ele trouxe o ar de angustia e exaustão que o personagem precisava. E o olhar que ele empresta a personagem fez toda a diferença, trouxe um ar perspicaz que enfatizava a personalidade de Holmes, nos dizia quem ele era, o que estava pensando, sentindo. Jude Law continua sendo um galã, mas desta vez abandonou seu ar de sarcasmo e trouxe nobreza ao Dr. Watson, talvez a honra de um ex-militar, um Sir.

E, ela, Rachel McAdams, como Irene Adler, a pedra no sapato de Holmes, está linda e expressiva. Lembro que nas cenas em que ela precisa atrair a atenção de Holmes somente para si e distraí-lo, suas roupas são provocantes e em tons diferentes de rosa e vermelho. Uma reclamação que haviam feito referente à falta de cor no filme, que aqui enfatizo mais uma vez como essencial para a melhor ambientação.

Enfim, vale à pena. Tem de tudo! Adorei o leve humor do filme, não foi forçado nem canastrão. Vale até uma segunda ida ao cinema, com menos empolgação como gosto de fazer. Um segundo olhar, mesmo que seja o seu, é sempre revelador. É como se apaixonar, você só tem certeza quando olha a segunda vez e ainda tem a mesma reação.

Por Mariana Barreiros

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