domingo, 8 de maio de 2011

Literatura: "Percy Jackson e O Mar de Monstros"

É chato quando o autor não acompanha sua obra.


"Mar de Monstros" poderia ser melhor sem algum didatismo que Rick Riordan insistiu em usar. Como exemplo, o início do livro mais parece o início da saga, ao invés da continuação do genial "O Ladrão de Raios".

Acho que o "efeito surpresa" que O Ladrão de Raios teve foi o que mais me agradou. O fato de não saber bem o que viria e investir fichas por ser o mesmo diretor dos dois primeiros Harry Potter me chamaram a atenção. E, provavelmente, a ausência deste fator dei uma quebrada em Mar de Monstros. Acho que a história não se segurou sozinha, os personagens novos ficaram meio vagos, como Tyson, sinceramente adoraria se ele fosse cortado do filme, muito embora seu papel tenha importância em alguns momentos, achei sua presença um peso, acho que apenas Percy e Annabeth dariam conta do recado.

Aqui, o livro começa com um pesadelo de Percy, onde Grover está fugindo de alguém muito grande. Ele entra numa loja de noivas e rouba um vestido qualquer. Então, Percy e Tyson, são atacados por Monstros na escola e Percy é obrigado a fugir para o Acampamento Meio-Sangue com Annabeth. A situação é a seguinte; alguém envenenou a Árvore de Thalia, que garante - nos livros, pois no primeiro filme ela sequer foi citada - a proteção mágica ao redor do Acampamento, e todos pensam que Quíron é o responsável, e logo é demitido, deixando seu cargo para Tântalo. Há uma confusão, como de praxe, e Percy é obrigado a se aventurar pelo Mar de Monstros para pegar o Velocíno de Ouro, que poderá salvar a Árvore.

O livro até tenta pegar um público que gosta de mistérios ao mencionar que o Mar de Monstros é, para os humanos, o Triângulo das Bermudas. Confesso que este fato me empurrou um pouco pelo livro, mas, não houve entusiasmo para continuar. Li por que gosto dos personagens, gosto da forma com a qual Percy se expressa.

Enfim... Daí pra frente, os acontecimentos vão vindo e indo, sem muita importância. Talvez por estarem quase sempre num navio, ou pelas tiradas irritantes de Tyson. Não é um livro tão agradável e impactante quanto "O Ladrão de Raios", creio que pelo cenário adotado; um navio. Eu não gostei tanto. Espero que "A Maldição do Titã" seja melhor.

Enquanto em "Harry Potter e A Pedra Filosofal", Voldemort já era impecavelmente mal, perigoso. Em "Percy Jackson e O Ladrão de Raios", Cronos não chega nem ao seus pés. Em "O Mar de Monstros", então... Fica bem longe do que foi a ameaça de Voldemort em Hogwarts no segundo ano...

Ah! E me deparei com algo que o primeiro livro não sofria; erros ortográficos. Tipo "Munca" e "Opões", o que me leva a crer que Riordan não teve tanto cuidado na revisão do livro, ou quem quer que tenha o revisado.

Curiosamente, prefiro "Relíquias da Morte" do que "Mar de Monstros", mas não pelo fato de ser fã de Harry Potter, mas sim pelo fato de que Relíquias é mais bem escrito. Lembro-me bem que quando li "O Ladrão de Raios", preferi a literatura de Percy do que a de Harry, por ser mais direto e objetivo, ter mais porrada que diálogos. Ou meu gosto por livros está mudando, ou "Mar de Monstros" realmente pecou...

"Mar de Monstros" não é, nem de longe, melhor que "O Ladrão de Raios", no entanto, acaba sendo de extrema valia ser lido, pois fala sobre a profecia que provavelmente envolve o Filho de Poseidon. Este é o único ponto alto do livro.

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